Dados Biográficos Tenente Mário Portela Fagundes!
Mário Portela Fagundes – o Tenente Portela como era chamado por seus companheiros – nasceu no dia 15 de julho de 1898 em Pelotas RS, era filho de José da Silva Fagundes e Gabriela Portela Fagundes e tinha 4 irmãos.
Trabalhou na granja de seus pais, onde tomou o firme propósito de ajudar nas despesas do lar, dando aulas particulares de matemática. Jovem inteligentíssimo estudou Comércio, Taquigrafia e Agrimensura e em 1919 ingressou na Escola Militar do Realengo RJ, tirando sempre o Primeiro lugar da turma, assim recebendo como prêmio uma viagem anualmente a sua terra.
Na Escola Militar foi aluno de Carlos Prestes concluindo seus estudos em 1921 saindo como aspirante na arma de Engenharia. Foi comandante da 1ª, 2ª e 3ª companhia do Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo, foi tesoureiro e chefe da construção da estrada de ferro de Cruz Alta e Porto Lucena. Devido a essas atividades foi promovido a 1ºTenente em 28/06/1923.
Portela era um homem de grande idealismo não aceitava a situação em que se encontrava o país, as injustiças, impostos exorbitantes, perseguição e imoralidades políticas da 1ª República, o que o levou a lutar junto com a Coluna Prestes, mesmo com o sacrifício da própria vida em que confidenciou a seu irmão Albino quando veio a Porto Alegre:
“O que idealizei aos 14 anos me foi dado a cumprir totalmente. Recém agora posso dispor de minha vida e vou dá-la por um Brasil melhor onde haja mais justiça e mais amor ao próximo. Sei que vou para a morte, mas vou”.
No final do ano de 1924 a Coluna Prestes marcha para o Norte do estado, com o objetivo de alcançar o estado do Paraná e unir-se aos rebeldes paulistas para depor o presidente Artur Bernardes.
Após a vitória da Ramada em 03/01/1925, a Coluna Prestes depara-se com a difícil travessia das matas fechadas e as águas revoltas do Rio Uruguai. A Coluna segue sua marcha, Prestes na vanguarda e Portela na retaguarda com parte da tropa. O adversário já se apressava no seu rastro. A demora naquela travessia de mato dera ensejo a que um grupo bem armado de provisórios alcançasse a retaguarda.
Atacados de surpresa, no final da tarde de 24 de janeiro de 1925, às margens do Rio Pardo, hoje Pinheirinho do Vale, morreram em combate o Tenente Portela e 30 companheiros que estavam no local. Alguns, tentando escapar da morte, jogavam-se no Rio Pardo, deixando as águas vermelhas do sangue derramadas por uma causa justa, enquanto o grosso da tropa já marchava adiante.
O Tenente Portela não só morreu como um bravo aos 26 anos de idade, ele viveu como um bravo e sua morte não foi uma causa inglória. Acreditamos que os ideais e objetivos abraçados por Tenente Portela e seus companheiros ainda em nossos dias não foram plenamente alcançados embora tenham decorridos 100 anos.
“Todas as grandes causas tiveram seus mártires antes de seus heróis, sejamos pois os mártires que os heróis hão de vir”. (Tenente Mário Portela Fagundes – 1924).